Razões não óbvias que fazem você procrastinar:
- Rita Maria Araújo
- 7 de out. de 2024
- 2 min de leitura

Por que procrastinamos?
A procrastinação é mais do que um simples reflexo de preguiça ou desorganização. Adiar tarefas está profundamente enraizado em fatores psicológicos e neuropsicológicos. Muitas das razões que levam as pessoas a adiar tarefas vão além da falta de motivação. No entanto, o que comumente vemos são julgamentos superficiais: associamos o procrastinador à preguiça, irresponsabilidade, desorganização ou falta de comprometimento. O que pode não ser verdade.
Mas o que está por trás desse comportamento aparentemente irracional? A neurociência aponta para uma combinação de fatores emocionais e cognitivos, que frequentemente passam despercebidos. Dentre eles estão:
Evitação
Perfeccionismo
Medo de rejeição
Dificuldade em ser assertivo
Dificuldade de autorregulação
Entendendo alguns pontos de onde vem procrastinação:
Sobrecarga:
A dificuldade em ser assertivo e dizer "não" quando solicitado pode sobrecarregar o indivíduo. A procrastinação, nesse caso, surge como uma reação ao excesso de demandas. Quando há muitas tarefas a serem realizadas, a gestão do tempo se torna caótica, e o senso de prioridade se dilui, levando à paralisia e ao atraso. O alívio nunca parece estar ao alcance.
Evitação:
Muitas vezes, procrastinamos para evitar emoções desagradáveis associadas à tarefa. O tédio é um exemplo comum, mas o medo do fracasso ou a sensação de incompetência também podem ser os motores silenciosos que alimentam esse comportamento.
Autorregulação:
A dificuldade em aceitar recompensas de longo prazo prejudica a regulação de atenção e de impulsos. A procrastinação se torna uma fuga imediata, especialmente em ambientes carregados de distrações. Quando não conseguimos nos autorregular, as tarefas futuras parecem mais distantes e menos urgentes.
Autoavaliação:
Quando duvidamos de nossa própria capacidade, a tendência a procrastinar aumenta significativamente. Essa autocrítica severa leva ao medo de falhar, que, por sua vez, desencadeia o adiamento das responsabilidades.
O papel da terapia na procrastinação:
Para quem busca tratamento, o primeiro passo é identificar que você está procrastinando de forma a afetar sua vida. A partir disso, a terapia cognitivo comportamental pode explorar as raízes desse comportamento, promovendo mudanças em direção a uma vida mais produtiva e menos estressante.
Entre as intervenções possíveis, está a modificação do ambiente, gestão dos comportamentos que desencadeiam a procrastinação e o equilíbrio entre recompensas imediatas e recompensas de longo prazo. Ajustar o sistema de recompensa cerebral pode fazer com que tarefas anteriormente adiadas mais acessíveis e realizáveis.
Consigo mudar apenas com força de vontade?
Vale ressaltar que a força de vontade ou a motivação por si só não são suficientes. O tratamento envolve ferramentas específicas para abordar a procrastinação de forma resolutiva.
Existe remédio ou rotina específica para quem procrastina?
Não existem remédios para procrastinação. O que existe são estratégias adaptadas para modificar os comportamentos que levam a procrastinação.
E mais importante: não há uma solução única. Duas pessoas que sofrem de procrastinação podem ter impactos distintos em suas vidas, reagindo de maneiras diferentes ao mesmo problema.
Ex: um empresário que procrastina sofre de forma diferente que um estudante que procrastina.
É essencial respeitar a individualidade de cada paciente, compreendendo o sofrimento de forma única e adaptando o tratamento às suas necessidades específicas.
O que fazer para parar de procrastinar definitivamente?
Se você tiver dificuldade em mudar seus comportamentos e hábitos que te fazem procrastinar, é recomendável buscar a psicoterapia com um psicólogo da abordagem Terapia Cognitivo Comportamental para uma avaliação mais aprofundada e suporte especializado.
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